QueM Sou eu

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Irreverente e dominado pelo desejo de realizar mudanças em mim e em tudo e todos a minha volta; um pouco de louco, um pouco de santo, altruista e insano; um poeta, um ator; um homem com sorriso radiante e encantador, um bonitão na pista de dança esperando ser convidado para dançar; um ser excentrico e anormal. Prazer em conhece-lo (a) meu nome é Saymon, Alân Saymon.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

ÍntImO & pEssOAl



 E todas as duvidas e remorsos que a tempos vagam longe mim, resolvem visitar-me. Enquanto isto, minhas forças, despiram-se de suas fantasias e delicados sonhos para recebe-las aconchegantemente convidando-as para um diálogo íntimo e pessoal…

- Com que direito aparecem indesejamente sem comunicar-me e trazem consigo todas estas malas como se tivessem voltado com a pretensão de ficar? Já não nos despedimos anteriormente? Não acertamos todas nossas dividas?

- Quanta agressidade meu querido! Já fostes mais receptivo… esqueceu que te deliciavas com toda a confusão que te proporcionavamos e que adoravas embriagar-se em cada gota de dor que te ofereciamos? Esqueceu que todo o padecimento com o qual te presenteamos foram a grande inspiração para que escrevesses teus mais belos – e mízeros – poemas dos quais tanto te orgulhas? Alias, por onde anda toda aquela insanidade poética presente em teus escritos? Que tantas cores, risos e luzes são estas que aos poucos vêm preenchendo teus versos? Resolvestes encantar teu mundo iludindo-te novamente com todas essas químeras com as quais os humanos vivem a respirar?
    
- Eu quase fui destruido, mergulhei num oceano de gritos apavoradamente ensurdecedores, os ruidos me impediam de ouvir a voz de Deus quando o mesmo queria falar comigo, cheguei a acreditar que havia sido abandonado ate mesmo por Ele, quase perco minha fé, juntamente com tudo que vocês levaram de mim: minhas esperanças, sonhos, fantasias, admirações… alias, é isto que trazem na bagagem? Vieram devolver-me tudo o que me foi levado anos atrás? Pois se este é o proposito de vossa visita podem ir embora, afinal não puderam acorrentar  meu coração e leva-lo junto, e dentro dele, eu reconstrui tudo o que me foi tirado… eu aprendi com Wilde a enxergar “A Beleza da Dor”, mas hoje, assim como ele, ou talvez mais intensamente que o mesmo, eu compreendo seu significado… nunca fui viciado ou apaixonado pelo padecimento e quando me vistes abraçado a ele não estava desfrutando de nenhum momento de prazer masoquista, eu apenas quis acalma-lo, ouvi-lo empaticamente e compreender o real proposito com o qual o mesmo vinha me visitar, até que enfim, ele revelou-me que sua visita a minha vida, deu-se como um desafio que deveria enfrentar para que pudesse amadurecer, este é o propósito do sofrimento: o amadurecimento…

- Mas que bela reflexão! Então não iras incomodar-te se trazermos de volta todos os motivos e lembranças que te fizeram sofrer anteriormente, não é mesmo? Afinal, vocês deram-se tão bem e o mesmo te trouxe um presente tão sublime com o passar dos anos, como continuaras a amadurecer sem teu padecimento? (risos cínicos)

- O sofrimento é como um mensageiro, vem com o proposito de dizer-te algo, mas deve ir embora após isto, não se pode torná-lo seu amigo, por isso, já não o receberei em minha casa, em meu coração, muito menos em minha vida e esta mesma vida me mostra a cada novo dia formas diferentes de amadurecer. Padecer, foi apenas uma dela…
  
- Mas e qual será a razão de teus poemas de alma dadaista e influência gótica? Iras continuar a preencher aos poucos teus versos brancos com toda essa afetividade ressonante? Por que escrever sobre ternura se a melancolia te cai tão bem? Lembra que odeias contos de fadas e que nunca soubestes criar finais felizes? A quem queres enganar afinal? A ti mesmo e aos que lerem teus escritos? E se é hoje és tão feliz e maduro como nos diz por que razão escorrem essas lágrimas de teu rosto agora neste teu semblante tão apático?

- Fui intensamente introspectivo quando mais jovem, o lapis e o papel eram os únicos amigos que tinha e com os quais podia desabafar meus sentimentos… sempre emocionome-me quando lembro disto e de quanto eu mudei e amadureci…essa foi a primeira dentre as inumeras razões pelas quais comecei a escrever meus tristes poemas: a necessidade de expressar-me! E sim, eu confesso, apaixonei-me perdidamente por isto, mas hoje, sabiamente consigo identificar que minha paixão esta inteiramente ligada ao hábito da escrita e não a tristeza com a qual preenchia as linhas tortas que escrevo. Continuo, não gostando de contos de fadas, mas já aprendi a escrever finais felizes, desde que foi-me ensinado o significado do perdão… É dificil demais viver com tantas duvidas e remorsos no coração, eu precisei e diariamente continuarei a necessitar libertar-me, por isso, indultem-me por minha gosseira atitude, mas não continuarei a dar-lhes atenção e terei que convidar-lhes a retirarem-se de minha casa, nela, já não lugar para tanta dor… Adeus!


Dedicado ao meu amigo Izamir Araujo (Mi Punk).