"Plante seu jardim e decore sua alma
ao invés de esperar
que alguém lhe traga flores."
(Shakespeare)
Lembro-me perfeitamente de como a conheci: estávamos eu e um dos milhares de seguidores de "Cobain" passeando pelo "Conjunto Residencial Comendador Arthur Lundgren" conversando sobre "não me lembro o que" quando de repente as encontramos: ambas amigas do seguidor de Cobain, uma delas não lembro-me exatamente o nome, apenas recordo-me de que era um tanto quanto tímida, mas da outra, relembro-me perfeitamente, sem mais nem menos ela olhou para mim e disse: Oi, tudo bem? Meu nome é Everglott e o teu? Já não sei há quanto tempo isto aconteceu, mas desde este dia, ela entrou - e marcou - na minha vida para sempre (ou ate que a morte não nos separe).
Quando nos conhecemos ela não passava do que suas amigas chamavam de: "Uma Criança Especial": tímida (porém não muito), ingénua, rejeitada e triste, muito triste, apesar do seu belo sorriso...
Everglott, quando adolescente foi enganada por quem amava, sentiu-se desamavel, sem valor; possuía uma personalidade frágil e imatura, mas se transformaria, com ajuda de "Todos Nós" andarilhos undergrounds dos "Tempos de Avenida"... E como sinto falta "destes Tempos"...
Saudades não do que éramos mas do que acreditávamos ser, saudades das nossa conversas filosóficas, de apelidar as pessoas com as quais não simpatizávamos - inclusive a Courtney Love - de tomarmos um bom vinho, escutarmos uma boa música e assistirmos um velho filme B, saudades não das pessoas, mas da energia juvenil com a qual dividirmos eu e Everglott... "Os Tempos" mudaram e o que nos tornamos? Melhores? nosso amadurecimento causou nossa distância? Estamos realmente distantes? Em quantas partes? Estas partes estiveram um dia realmente UNIDAS? Eram algumas das perguntas que eu e Everglott nos perguntávamos quando nos púnhamos a relembrar sobre "Os Tempos de Avenida"
Lembro-me de quantas vezes tentei confortar a dor de Everglott, aconselha-la, acalma-la, convence-la a não desistir de tudo... Lembro-me de quantas vezes não a ouvi dizer que queria cortar os pulsos... E quantas vezes vi marcas neles...
Mas não importa o que aconteceu, ou melhor: importa! O que aconteceu nos serviu com embasamneto para que pudéssemos nos descobrir e redescobrirmos nossas vidas, o que aconteceu nos fez enxergar o quão importantes somos e tudo o que podemos fazer para tornarmos nossas sofridas (ou ex-sofridas) vidas mais agradáveis...
Minha querida Everglott, nem preciso dizer que escrevo este post em homenagem a você, e ao contrario dos costumes, a homenageio enquanto viva, antes que cortes os pulsos (se é que ainda tens coragem para isto...) e ofereço-te também a música "Pulsos" da Pitty, que por sinal parece que foi escrita pra você e faz-me lembrar daquela época em que eu era seu conselheiro...
TE ADORO MEU ANJO!
Romântico, escuro e silencioso, não consigo imaginar uma música, só silêncio!
ResponderExcluirAlguém que desejaria cortar os pulsos, faria sozinha, em silêncio.
Um texto triste, mas lindo!
Um xeiro!
;D